Projeto incentiva a leitura
Ideia é despertar o hábito de ler nas crianças e nos adolescentes por meio de oficinas e incutir neles a cultura da paz. Assim, além de se tornarem multiplicadores da leitura nos colégios, estudantes ajudam a evitar a violência nas escolas, tão comum hoje em dia
dsouza@jornaldacomunidade.com.br Redação Jornal da Comunidade

Em contrapartida, serão ministradas duas oficinas para os agentes comunitários do programa Mala do Livro, em parceria com a Secretaria de Cultura do Distrito Federal.
A educadora voluntária Dinorá Couto Cançado ministra e coordena as oficinas. O principal objetivo do projeto é incentivar a comunidade à leitura para que essa prática se torne prazerosa nas escolas. O Brincando de Biblioteca divide-se em seis minibibliotecas contendo 72 obras de diversos autores separadas por etapas. O tema central relaciona-se à convivência escolar e à disseminação da cultura da paz. O projeto apresenta livros que incentivam a prática da boa convivência e as boas maneiras no âmbito escolar a fim de minimizar a violência nas escolas. As oficinas são voltadas para alunos de 3ª a 6ª série.
“O verdadeiro objetivo deste projeto é fazer com que os alunos usem bem o horário do recreio, de preferência com a literatura como meio de entretenimento, e parem com a correria e as brincadeiras de mau gosto que podem machucar os colegas. Queremos que esses alunos do projeto passem a ser multiplicadores da leitura na escola”, justifica.
Os alunos são divididos em grupos para lerem e depois discutirem o que leram. A apresentação é feita em forma de um programa literário na linguagem que preferirem: pode ser no formato de um show musical ou de uma peça de teatro. Até hoje o programa já atendeu a cerca de cinco mil alunos, totalizando 117 oficinas.
“Estou muito feliz! Foi uma surpresa quando cheguei em uma escola e vi que os alunos tinham apenas quatro anos. Então, tive de que desenvolver uma nova dinâmica. Convidei dez alunos de 5ª série para serem monitores de cada grupo e lerem os livros para os pequenos. Após a leitura, eles se fantasiaram e montaram uma peça teatral retratando o que foi narrado”, conta a coordenadora.
No dia 3 deste mês, a Escola Classe 121 de Samambaia recebeu o projeto Brincando de Biblioteca. A oficina teve a participação de 44 alunos do 4ª e 5ª anos, na faixa etária de nove a 11 anos. Desde 2009 a escola desenvolve o projeto Almanaque do Saber.
O Almanaque é caracterizado por um boneco que recebe o nome do projeto: Senhor Saber. Toda semana o Senhor Saber é levado para as salas de aula com uma caixa de livros com várias temáticas.
Outra opção para a comunidade é o Mala do Livro, fundado em 1990 em formato de biblioteca domiciliar. Consiste na mesma ideia inicial, a de instalar minibibliotecas residenciais, mas hoje é abrangente. A Mala do livro vai às comunidades que têm pouco acesso a bibliotecas e conta com a ajuda de agentes comunitários para coordenar o projeto.
Tem esse nome por causa da ideia inicial. No princípio era uma caixa de madeira com 200 obras armazenadas, entre volumes literários, material didático, revistas, dicionários, enciclopédias e gramáticas. Focado em facilitar o acesso à informação, volta-se para o público de todas as idades.
O projeto estende-se, também, para escolas particulares do DF. Durante todo o ano letivo elas realizam projetos que despertam o interesse dos alunos para a leitura de grandes obras literárias.
Para este ano o colégio ousou na criatividade e lançou a ideia dos alunos produzirem uma colcha de retalhos. No início do ano todos os alunos receberam vários retalhos de algodão e trocaram livros entre colegas da classe.
Nesse retalho os alunos tiveram de desenhar para os mais jovens ou escrever a parte que mais teve interesse. No final de cada bimestre, os alunos levaram para casa os retalhos para que os pais o ajudassem a montar a colcha.
A ideia da colcha de retalhos é trabalhar a comunicação visual, interpretação de texto e a leitura dos alunos. “Além do mais, os pais ficam superenvolvidos com o trabalho. A grande maioria participa diretamente do trabalho escolar”, conta Catarina Pereira, orientadora oedagógica. Para os alunos a partir do ensino fundamental II, acima de 11 anos, a forma de trabalhar é diferente. Ao longo dos bimestres são passados aos alunos os livros que serão utilizados na grade curricular de cada disciplina. Esses livros são cobrados em formas de fichamentos, resenhas e avaliações.
Festa Chocolate com letrinhas
Todas as colchas são confeccionadas pelos estudantes e a entrega final do trabalho feito ao longo do ano ocorrerá no dia 27 de novembro, na festa Chocolate com Letrinhas. Uma outra rede de ensino que desde cedo incentiva nos pequenos o hábito da leitura é o Centro Educacional Sigma, que faz esse trabalho já no ensino mais básico.
É nessa fase que as crianças começam a juntar as letrinhas. O colégio desenvolve o projeto Ciranda da Leitura, cujo foco principal está em repassar o prazer de ler para as crianças. A cada semana os alunos levam uma notícia de jornal e um livro de sua escolha. Depois, apresentam o que leram para a turma, usando a criatividade a fim de atrair os colegas para o mundo da imaginação. Com performances de princesas, super-heróis e histórias de animais. Com as notícias dos jornais, o mais importante é promover a aproximação entre a garotada e a realidade.