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A professora Dinorá entre seus alunos: "Queremos que esses jovens passem a ser multiplicadores da leitura na escola" |
Voluntária da biblioteca em braile Dorina Nowill, de Taguatinga, desde que se aposentou, Dinorá sempre gostou de estar entre os livros e criou o projeto Brincando de biblioteca, cujo objetivo é estimular nos estudantes o prazer pela leitura e fazê-los agentes multiplicadores desse hábito com as famílias e a comunidade.
Franzina, Dinorá aparenta tripilicar a força quando chega às escolas com sua mala de livros que pesa cerca de 30kg. Isso não parece ser empecilho para o desenvolvimento das atividades. Este ano, Dinorá atenderá mais de 1.500 crianças em 20 escolas. Em 2009, cerca de mil crianças participaram das atividades. O projeto existe há quatro anos e ganhou uma forcinha do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). “O verdadeiro objetivo deste projeto é estimular os alunos a usarem o tempo do recreio para ler. Queremos que esses jovens passem a ser multiplicadores da leitura na escola”, conta ela, que passou 25 anos em sala de aula.
As oficinas literárias consistem em três horas de leitura e criação de performances, peças de teatro e poesias. Desde o início, o programa transformou mais de cinco mil estudantes em multiplicadores de leitura. Os alunos, divididos em grupos, precisam ler e discutir pelo menos uma obra do acervo. Cada etapa tem um tema central como objetivo de trabalho. Para 2010, foram escolhidas questões relacionadas à convivência escolar e disseminação da cultura da paz.
No Centro de Ensino 801, do Recanto das Emas, Joaquim Humberto Carvalho, 10 anos, leu pela primeira vez o livro Os direitos da criança, de Ruth Rocha. “Eu pensei em fazer o papel de um dos personagens do livro da história que fala sobre os direitos da criança”, inspira-se. Joaquim também garante que adora ler, porque “sabe desenhar”, e as figuras dos livros ajudam na sua criatividade.
Fernanda de Castro, 11 anos, diz que aprendeu sobre a preocupação com a natureza e a importância do respeito. “Eu li Dora das árvores (de Vera Lúcia Dias) e o que me chamou a atenção foi o amor que ela tinha por todos os seres vivos”, conta. Dinorá se diz satisfeita ao ver o resultado final das oficinas. “As crianças são muitos elétricas no começo, mas depois o trabalho vai se desenvolvendo de uma forma agradável e, quando elas se veem no final com suas apresentações, os
olhos não param de brilhar”.
Para o orientador educacional Emilio Curi Neto, do Centro de Ensino 801, o processo de evolução e o interesse pela leitura aumentaram depois da chegada do Brincando de biblioteca na escola. “É a segunda vez que o programa vem à escola. Na primeira vez achamos que aumentou a produtividade das crianças. Agora, vamos comparar com a primeira, ver o que mudou e fazer um balanço”, esclarece Emilio. Os alunos recebem um certificado após cada sessão. Dinorá Couto aceita doações para o aumento do acervo e agenda visitas em escolas interessadas em participar do projeto. Mais informações pelo endereço dinoracouto@gmail.com.